Quero ser como uma sala fechada. Mas uma janela. Tu acenas do outro lado da janela. Como não mostro nenhum sinal de reconhecimento, aproximas-te. Esborrachas o nariz na janela, depois as bochechas, depois a boca num beijo obsceno. Os meus olhos são ainda vidro, não guardam nada. Bates levemente no vidro baço (pela tua respiração).
A tua música atravessa-me de repente como uma lufada de ar fresco e eu faço menção de respirar fundo, fecho os olhos, empoleiro-me em bicos dos pés, inclino rapidamente a cabeça para um dos lados.
Mas afinal.
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