Os do "gosto genuíno" têm que ir buscar o dinheiro a algum lado, não é? Duvido que seja criando (por "trabalharem muito", dir-se-ia). Têm mesmo que "investir", fazer com que tudo e todos os possam conduzir ao deleite (usando as máscaras possíveis, e repetindo as palavras "mercado" e "competitivo" as vezes necessárias).
Há pessoas como as que dizes, tal como há pessoas que realmente tenham trabalhado muito durante a sua vida, tenham tido sorte, tenham tido coragem para agarrar as oportunidades quando se apresentaram, tenham tido capacidade para chegar onde estão. Trocaram outras coisas pela vida que têm, de certeza. Dá-me a ideia que este homem é bem mais novo do que aparenta. Quantas vezes viu a mulher este ano (entre as viagens intercontinentais para dar formação a empresas?) E as filhas? São escolhas... De qualquer das formas, é verdade, é preciso saberes vender aquilo que fazes bem. Não vejo mal nenhum nisso...
Uma escolha legítima e, por princípio, não teria de ser feita pelo dinheiro, como decerto concordarás. Mas isso que dizes ser preciso, é mesmo? Porquê? Porque "funciona assim"? Eu prefiro dar a vender, e receber a comprar.
É preciso para teres sucesso em qualquer coisa, e não estou a falar apenas de relações comerciais. Em qualquer relação precisas de te saber vender. Normalmente fazemo-lo incoscientemente. E quando digo "vender" é mais no sentido de "seduzir".
Pois, tudo bem, temos todos de interagir uns com os outros (O curioso é que, inconscientemente, materializaste toda a carga ideológica que se exprime do "vender" neste contexto: a ideia de que tudo é produto em potência). Enfim, escolhas que não podemos controlar.
Produto no sentido de ter sido produzido por qualquer coisa? Sim, penso que sim, afinal não somos quem somos por um estalar de dedos... Produto no sentido de mercadoria, não. O "venderes-te" aos outros não é por te achares um produto, mas simplesmente porque queres a aceitação dos outros.
Minha querida, vender implica relação de comércio. Quem vende quer alguma coisa em troca, não está implícito o desejo de partilha à partida. Daí que o "vender" esteja associado, realmente, ao comércio. E como todos os conceitos têm uma história, acabaste mostrando a tua visão da humanidade através do que está dentro desse saquinho do verbo "vender".
Para os leitores que amavelmente seguiram esta troca de comentários e queiram continuar a aprofundar o assunto, pela minha parte recomendo a leitura deste texto de Marx (http://www.marxists.org/portugues/marx/1849/04/05.htm), ou a audição de um poema de Vinicius de Moraes (http://www.youtube.com/watch?v=YWZa2F5nfJk). Bebam muito chá.
16 comments:
E, por esses, aqueles que são obrigados a manter um trabalho a qualquer custo pela mera sobrevivência.
Por esses porquê?
Os do "gosto genuíno" têm que ir buscar o dinheiro a algum lado, não é? Duvido que seja criando (por "trabalharem muito", dir-se-ia). Têm mesmo que "investir", fazer com que tudo e todos os possam conduzir ao deleite (usando as máscaras possíveis, e repetindo as palavras "mercado" e "competitivo" as vezes necessárias).
Há pessoas como as que dizes, tal como há pessoas que realmente tenham trabalhado muito durante a sua vida, tenham tido sorte, tenham tido coragem para agarrar as oportunidades quando se apresentaram, tenham tido capacidade para chegar onde estão. Trocaram outras coisas pela vida que têm, de certeza. Dá-me a ideia que este homem é bem mais novo do que aparenta. Quantas vezes viu a mulher este ano (entre as viagens intercontinentais para dar formação a empresas?) E as filhas?
São escolhas...
De qualquer das formas, é verdade, é preciso saberes vender aquilo que fazes bem. Não vejo mal nenhum nisso...
Uma escolha legítima e, por princípio, não teria de ser feita pelo dinheiro, como decerto concordarás. Mas isso que dizes ser preciso, é mesmo? Porquê? Porque "funciona assim"? Eu prefiro dar a vender, e receber a comprar.
É preciso para teres sucesso em qualquer coisa, e não estou a falar apenas de relações comerciais. Em qualquer relação precisas de te saber vender. Normalmente fazemo-lo incoscientemente. E quando digo "vender" é mais no sentido de "seduzir".
Pois, tudo bem, temos todos de interagir uns com os outros (O curioso é que, inconscientemente, materializaste toda a carga ideológica que se exprime do "vender" neste contexto: a ideia de que tudo é produto em potência). Enfim, escolhas que não podemos controlar.
Produto no sentido de ter sido produzido por qualquer coisa? Sim, penso que sim, afinal não somos quem somos por um estalar de dedos...
Produto no sentido de mercadoria, não.
O "venderes-te" aos outros não é por te achares um produto, mas simplesmente porque queres a aceitação dos outros.
Minha querida, vender implica relação de comércio. Quem vende quer alguma coisa em troca, não está implícito o desejo de partilha à partida. Daí que o "vender" esteja associado, realmente, ao comércio. E como todos os conceitos têm uma história, acabaste mostrando a tua visão da humanidade através do que está dentro desse saquinho do verbo "vender".
Eu estou basicamente a falar de incentivos. É isso. E, quer queiras quer não, as pessoas reagem a incentivos, consciente ou inconscientemente.
O que é que incentivos têm a ver com comércio?
Não estou a falar de comércio, estou a falar de incentivos. Tu é que começaste a falara de comércio
*BOCEJO*
Tapa a boca
Para os leitores que amavelmente seguiram esta troca de comentários e queiram continuar a aprofundar o assunto, pela minha parte recomendo a leitura deste texto de Marx (http://www.marxists.org/portugues/marx/1849/04/05.htm), ou a audição de um poema de Vinicius de Moraes (http://www.youtube.com/watch?v=YWZa2F5nfJk). Bebam muito chá.
Vamos criar um programa de rádio!
Sugestões para o nome/formato?
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