Mar 29, 2007

VVV

Um grego americanizado disse-nos que esta era uma vida de morte, que era impossível criares laços com o que quer que fosse, que tinha, desde há dois anos, uma nova mulher, uma nova família, um novo sítio para passar férias e fins-de-semana - o trabalho.

Olhei-o nos olhos com aquela indiscrição própria das crianças (do not stare at people!) e vi, sim, o mesmo brilho - ou parecido, talvez não tão Thessaloniki-like - mas a desvanecer-se ao longe.

Será que vale a pena? O dinheiro não traz felicidade, dizem, e estes homens realmente não conseguem criar, cultivar ou manter relações, mas... não me pareceram pessoas infelizes. O mais velho era casado (mas com que idade se casou? conhece a própria mulher? tem filhos?), e pareceu-me tão seguro, tão bem com a vida (ainda melhor do que da última vez que o vi há uns meses), que fico na dúvida. Talvez possas ser feliz vivendo para o trabalho, se realmente fores bom no que fazes.

Ainda que hoje mal tenha tido tempo para depois de sair do trabalho engolir a tosta mista com o ucal antes da aula de espanhol às 20h15, tenho muita sorte em poder conhecer todas estas pessoas.

Eu sei que tenho muita sorte em muitas, muitas coisas e tenho a sensação de que não fiz nem metade do que devia ter feito para merecê-lo... Mas espero conseguir mudar isso (em breve).

P.S.: Gosto da palavra caveat que até hoje não sabia como se pronunciava.

3 comments:

Pedro said...

Será que se pronuncia Kev(diminutivo de kevin) + eat (comer)

Kev-eat?

Anonymous said...

Vive-se para o trabalho quando se gosta do que se faz, e não se é obrigado a mantê-lo a qualquer custo para sobreviver. Trabalhar é criar. Pim.

W said...

É mais ou menos isso Pedro :P