Compra-me isso.
Espremer qualquer coisa como se fosse
Água.
E tu dizes, Não, não
Não com tanta intensidade.
Mas são mãos sem rumo e não há sinal de
STOP
Há casas escondidas nos teus olhos
E crianças
Crianças atrás das cortinas com medo do Pai Natal
Debaixo do sofá
Há murmúrios no céu da tua boca
Fazem eco no esófago
(Eu disse assim,
Amor, dá-me a mão,
E tu deste)
O teu cérebro está dormente
Mas deixa-o
Tu sabes o que dói
Nas linhas que querias (crias)
Mas não te dás, não te pões
Mãos pés tronco
nas linhas
Querias ser
A música, a cor, o movimento, o sentido
Querias ser a essência
De tudo
Sem ser nada
É preciso haver um compromisso.
Mas tu não queres cair sem rede por baixo
Ou não vês a rede
Ou não queres ver a rede
Ou não há mesmo rede
Tens medo que te doa
Dizes que és frágil
Tens medo que te parta
Essa força, essa determinação, esse pé no vazio
Giras os pulsos e rodas a cabeça e fazes esgares de
Incómodo.
É tudo um grande incómodo.
Mas o que te incomoda?
Dás voltas e voltas e procuras inspiração em
Palavras sujas de pó
Julgas que são tuas, que as podes prender
Marcar como gado
As palavras, não são tuas,
Foram tuas, talvez, naqueles milissegundos em que percorreram os teus nervos do cérebro à mão]
Não queres ser uma repetição, imitação
De ti
Mas é fácil o caminho
Pôr pés em falso
Tapar os olhos com mãos entreabertas.
Se queres.
Queres.
Faz.
No comments:
Post a Comment